A primeira metade da década foi de Daniela Araújo. Com Daniela Araújo (2011) e Criador do Mundo (2014), a cantora e compositora ditou novos caminhos para a música cristã contemporânea nacional por sua capacidade de tratar temas da vida cristã com sensibilidade e, acima de tudo, por seu direcionamento musical e artístico apurado. 

Assim como a maior parte dos artistas que crescem no showbiz, a vida pessoal de Daniela passou por muitas mudanças, ora positivas, ora negativas. E com o projeto Eu Componho com Daniela Araújo, ocorrido em 2015, as entrelinhas se tornaram mais visíveis. 

O processo artístico, um momento ou outro, é influenciado e se confunde com as questões pessoais de um artista. No meio evangélico, em que soma-se às crenças e certa pretensão missional, a separação entre a arte produzida e o artista é algo ainda mais desacreditado. 

E Doze, o terceiro trabalho inédito de Daniela, é certamente seu disco mais íntimo e pessoal. É, também, um projeto caracterizado pela transição. Um disco que trata da dor mas que, ao mesmo tempo, é uma declaração de força e recomeço. Musicalmente, o álbum caminha numa tendência pop fortalecida em Criador do Mundo (2014). O disco também aproxima Araújo ainda mais aos loops e sequenciadores. 

Desta forma, o novo disco de Daniela Araújo é o seu trabalho mais eletrônico até agora, sobretudo pelas participações especiais de DJ Max (Março) e DJ PV (Outubro). Mas Daniela e Jorginho, como produtores, também fizeram questão de promover a interação com o electropop, como na explosiva Fevereiro e na notória Abril, que se funde aos versos do rapper Kivitz. 

O ápice do disco se garante nas faixas Junho e Julho. É nelas que Daniela prova, para quem ainda duvidava, que não ficou "refém" da simples escolha de temas do público. A primeira registra um momento importante de esperança, insistência no amor e, ao mesmo tempo, melancolia, é uma balada que conta com belos dedilhados de Daniel Aguiar. A segunda, por sua vez, apresenta um arranjo mais intenso e cadenciado. 

Como um disco cujas faixas foram liberadas individualmente como singles, Doze possuía o risco de não ter a mesma unidade como um álbum em comparação aos demais trabalhos de Daniela. No entanto, assim como seus dois primeiros discos, a artista conseguiu estabelecer sentido para um projeto que, em grande parte, recebeu contribuições do público. O encerramento com a intimista Dezembro lembra suas primeiras composições e fecha com chave de ouro um disco baseado em um ano intenso para Araújo.

INFORMAÇÕES SUPERGOSPEL

Faixas:

1. Janeiro
2. Fevereiro
3. Março
4. Abril
5. Maio
6. Junho
7. Julho
8. Agosto
9. Setembro
10. Outubro
11. Novembro
12. Dezembro
13. Seja o Centro

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